O artista multilinguagem baiano Diego Araúja, busca artistas do corpo que residam no mundo atlântico interessados em fazer parte do LIC (Laboratório Internacional de Crioulo), uma ação idealizada por Diego desde 2018 que tem como objetivo criar um grupo para desenvolver uma nova língua crioula não nascida do trauma. Os artistas que quiserem se inscrever para o projeto de longo prazo podem submeter também, de 20 de outubro de 2021 a 30 de janeiro de 2022, pelo site https://arauja.com/LICMAP/, um áudio de até dois minutos respondendo à seguinte provocação: «À medida que o prestígio da linguagem cai, o silêncio sobe”.
Uma seleção das gravações colhidas pelo artista será exibida em ambiente digital que poderá ser acessado a partir do site desta edição de Frestas (sescsp.org.br/frestas), como uma instalação sonora online. Segundo o artista, através de uma dinâmica gameficada, o público poderá tentar encontrar e clicar nos players onde será possível ouvir as respostas para a provocação.
«O LIC é um projeto de pesquisa prática e poética idealizado por mim em 2018. Se tratando de um projeto a longo prazo, a Trienal está abraçando uma de suas etapas. Neste caso, o mapeamento de artistas do corpo do mundo atlântico», comenta Araúja. A ideia do LIC, segundo o artista, é constituir um projeto mesclado, pensando num certo aquilombamento performático que une artistas de diferentes nacionalidades e linguagens.
Podem se cadastrar artistas do corpo do Brasil, Peru, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Jamaica, Haiti, República Dominicana, Cuba, Barbados, Martinica, Porto Rico, Trinidad e Tobago, Nigéria, Benin, Gana, Togo, Senegal, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Camarões, Angola, Mali, Gâmbia, Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha, França, México, Costa Rica, Guatemala e Sea Islands (Carolina do Norte-Sul e Georgia, nos EUA).
Sobre o LIC – Laboratório Internacional de Crioulo
Idealizado por Diego Araúja em 2018, o LIC é um mapeamento de artistas periféricos que estejam interessados em criar uma linguagem crioula a partir de um pensamento decolonial. Realizado por meio de uma plataforma digital de mapeamento performático, os artistas inscritos estarão envolvidos em um processo de longo prazo para criação de um grupo atlântico-internacional, mesclando a técnica e a performance de cada um com o intuito de desenvolver essa nova língua crioula não nascida do trauma.
O chamamento é voltado a artistas do corpo de diferentes linguagens, como atores, atrizes, dançarinas, dançarinos, cantores, cantoras, poetas orais ou de rua, contadores de histórias, performers, artistas circenses, clowns, mímicos, instrumentistas musicais, Djelis (griots e griotes), Drag Kings, Drag Queens, artistas transdisciplinares e multimídia, entre outros, com foco de atuação nas periferias dos países do Atlântico e Caribe, além de regiões da África Ocidental e da Europa.