Entre 14 janeiro e 4 de março de 2021, foi apresentado ao público o Programa Orientado à Práticas Subalternas (POPS). Com oito encontros online de duração de duas horas, o programa trouxe ações conectadas ao tema da Trienal e funcionou como um espaço crítico de pensamento e criação coletiva coordenado pelo coletivo artístico Ayllu. Participaram cerca de 40 pessoas provenientes do Brasil e Abya Ayla (América, na língua do povo Kuna da Colômbia).
Os assuntos abordados por profissionais de diversas áreas passaram por temas como colonialidade, gênero e sexualidade. Os encontros foram gratuitos e lecionados em espanhol por orientadores latino-americanos (Abya Yala), com mediação em português.
O programa teve como objetivo unir corpos, subjetividades e saberes dissidentes sexuais e de gênero da diáspora para se conectar e reativar tecnologias ancestrais, epistemologias críticas comunitárias e desautorizar a voz da supremacia branca, multiplicando vozes e sonoridades de resistência à ordem colonial. A divisão dos encontros foi sustentada por três eixos: Habitar a metrópole colonial, com três encontros; Sexualidades ancestrais e outras abominações sodomitas, também com três encontros; e Cuidado que chegaram os cães selvagens, com dois.
Segundo seus idealizadores, o programa foi composto como um território coletivo de coaprendizagem a partir de uma desarticulação epistêmica multidimensional, que propõe reabrir fissuras para reviver pensamentos críticos radicais inseparáveis do passado e “vislumbrar instantes de possibilidade” – como define a escritora e acadêmica norte-americana Saidiya Hartman –, para imaginar um futuro anticolonial a partir das memórias de resistências.
Os participantes da atividade foram convidados a fazer parte de um fanzine coletivo que será desenvolvido especialmente para esta 3ª edição de Frestas. Os encontros foram mediados pela filósofa e poeta abigail Campos Leal.